Jaime Martins e Domingos Sávio, além dos salários, torram juntos até agosto R$ 315.007,06

Enquanto milhares de divinopolitanos dependem de um transporte de péssima qualidade para se locomoverem, como deixaram claro os protestos de junho, os deputados federais contam com uma excepcional ajuda do contribuinte para nunca ficarem a pé. Dos muitos benefícios a que os parlamentares têm direito, que já colocam nosso Parlamento no topo do ranking mundial nessa área, destaca-se a Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap).

Essa cota confere em média a cada deputado federal cerca de R$ 400 mil por ano. O dinheiro serve, em tese, para bancar despesas necessárias ao bom exercício do mandato. Entre elas, auxílio para divulgação do mandato (publicidade pessoal), passagens aéreas, aluguel de veículos, consultorias, Correios, alimentação e gastos com combustíveis.

Como cada congressista tem total liberdade para usar essa verba, ela se transformou em um extraordinário ralo de desperdício de recursos públicos. Basta dizer que entre 2012 e 2013, somente a Câmara dos Deputados já gastou mais de R$ 31 milhões em aluguéis de veículos e R$ 22,8 milhões com combustíveis e lubrificantes. Mas o valor pode ser ainda maior, pois os deputados têm até 90 dias para prestar contas. Ou seja, valores gastos entre maio e julho deste ano ainda podem ser ressarcidos.

O montante é suficiente para comprar mil carros populares, o que daria quase dois carros por parlamentar (a Câmara tem 513 deputados). Ou 413 carros executivos de luxo, como os deputados demonstram preferir. É como se cada parlamentar gastasse em média, todo mês, R$ 3,1 mil para alugar carros.  Apesar dos elevados gastos, as empresas contratadas, frequentemente, são pequenas e muitas sequer têm loja montada. Enfim, a inevitável conclusão é que o Congresso, que já protagonizou a farra das passagens aéreas, também encena outra folia com os reais que nos são retirados através dos impostos.

E nunca é demais lembrar que, além da cota para exercício da atividade parlamentar, essa de R$ 400 mil anuais, ao fim de cada mês cai na conta dos deputados o salário de R$ 26.723,13. Junte-se a isso, o famoso Caixa 2 de campanha, onde empresas interessadas em obter vantagens com a eleição deste ou daquele parlamentar investem quantias milionárias em campanhas, cujos valores são mascarados e jamais aparecem na contabilidade  a real “doação”.

DEPUTADOS DIVINOPOLITANOS

Os dois deputados federais divinopolitanos, Domingos Sávio (PSDB) e Jaime Martins (PR),  seguem seus colegas de parlamento no que diz respeito ao abuso do dinheiro público. Entre janeiro e 23 de agosto desse ano, dados que estão disponíveis no site da Câmara dos Deputados, os dois gastaram juntos R$ 315.007,06, só da famigerada cota para exercício da atividade parlamentar.

Nas eleições do ano passado os dois firmaram uma aliança em torno da candidatura à reeleição de Vladimir Azevedo (PSDB), demonstrando total oportunismo político. Todos  sabem que Jaime Martins e Domingos Sávio mal se falam, porém a aliança era necessária para a garantia de ambos no poder. A hipocrisia não passou despercebida do eleitorado e desagradou a boa parte dos eleitores de cada um.

DOMINGOS SÁVIO – Eleito para seu primeiro mandato federal, o tucano não economizou. De janeiro a 23 de agosto, além do polpudo salário mensal de R$ 26.723,13, Domingos Sávio torrou a bagatela de R$ 186.745,21. Chama a atenção o gasto do deputado com publicidade pessoal. Para manter sua imagem em foco, ele torrou em publicidade R$ 102.833,54, valor que poucos divinopolitanos, muito poucos mesmo, recebem como salário em um ano de trabalho. Com telefone, o tucano gastou R$ 20.402,72 e com gasolina o gasto chegou a R$ 18.945,25. O restante foi dividido em gastos com Correio, alimentação, aluguel de carros, entre outros.

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JAIME MARTINS – No seu quinto mandato, Jaime Martins foi mais econômico que o tucano. Além do salário mensal, seus gastos com a cota parlamentar somaram  R$ 128.261,85, R$ 58.483,36 a menos que Domingos Sávio. Os gastos mais altos de Martins foram R$ R$ 39.124,03 com telefone, R$ 32.803,80 com publicidade para sua promoção pessoal e R$ 26.328,64 com gasolina. Chama a atenção o gasto do deputado do PR com telefone em janeiro, que chegou a R$ 8.684,96, já que neste mês o Congresso está  em recesso, ou seja, só inicia as atividades em março, vez que os deputados federais são privilegiados com férias longas no final de cada ano.

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Em breve o PAREDÃO publicará os gastos do deputado estadual por Divinópolis, Fabiano Tolentino (PSD).