Gastança do prefeito com propaganda, farras e empresas milionárias chega à beira do desequilíbrio

O triunvirato tucano comanda Divinópolis: Governador Antônio Anastasia, prefeito Vladimir Azevedo e o deputado federal Domingos Sávio

O que você vai ler agora com exclusividade nesta reportagem especial do PAREDÃO, só não vai lhe causar indignação extrema caso seja um dos beneficiados, ou parente de algum deles. Ao cidadão comum, que paga seus impostos em dia, tem um transporte coletivo de terceiro mundo, vive em ruas esburacadas e empoeiradas, com um serviço de saúde indecente e outras mazelas que só se vê em uma cidade sem orçamento e sem governo, a leitura a seguir não é recomendável.

Conforme reportagem já publicada pelo PAREDÃO, com base em relatórios oficiais divulgados pela Prefeitura, até julho desse ano, o prefeito já havia estourado o orçamento, deixando a Prefeitura no vermelho com um déficit superior a R$ 63 milhões. Já no último relatório da gestão, incluindo o mês de agosto, esse déficit foi reduzido, mas nada que faça diferença, tamanho o absurdo do rombo. A receita que entrou até agosto foi de R$ 243.536.740,43, para cobrir uma dívida de R$ 292.845.903,59. Com isso, o débito da Prefeitura teve ínfima queda de pouco mais de R$ 2milhões e hoje o rombo está em R$ 60.410.171,20. Esses e todos os demais dados a seguir, estão disponíveis no Portal do Cidadão.

Chama a atenção a propaganda oficial da Prefeitura, que tenta fazer o povo acreditar que essa situação é provocada pela queda de receita, o que é uma meia verdade. Entretanto, a verdade completa, está no destempero do prefeito Vladimir Azevedo (PSDB) com gastos inexplicáveis que seriam evitados por um verdadeiro líder. Ademais, o prefeito sabe que pode pintar o sete com o dinheiro do povo, pois conta com a cumplicidade de uma Câmara omissa, onde vereadores são vaquinhas de presépio, prostrados em seus gabinetes climatizados, com cafezinho, água gelada e cercados de assessores, além de salários milionários e verbas para mordomias sem nenhum controle. E, diante de um Ministério Público complacente, prefeito e vereadores têm a mais absoluta certeza da impunidade.

DINHEIRO JOGADO FORA – A orgia promovida por Vladimir Azevedo com o dinheiro público não é de agora. Começou em 2009, primeiro ano de seu primeiro mandato. O desvio de recursos para atender a apadrinhados políticos, gente que não presta nenhum tipo de serviço necessário ao cidadão, mostra que o Chefe do Executivo da cidade engoliu seu discurso socialista quando ocupou cadeira na Câmara Municipal, sendo um dos vereadores mais combativos de todos os tempos.

A reportagem mostra apenas alguns dos gastos absurdos, favorecendo sanguessugas de plantão ou abarrotando cofres de entidades privadas milionárias. De 2009 a 2012, seu primeiro mandato, Vladimir foi um mão aberta para a AMVI – Associação dos Municípios do Vale do Itapecerica, que embolsou R$ 696.831,95. E qual o serviço a AMVI presta a qualquer município a ela filiado, a não ser reuniões e passeios turísticos para seus prefeitos, cujos resultados positivos nunca se viu?

Já a Casablanca Comunicação e Marketing ficou no topo dos privilegiados. Responsável pela carteira de uma parte das verbas da prefeitura enfiadas em publicidade para promoção pessoal, nos quatro primeiros anos do governo tucano, a Casablanca levou R$ 6.720.154,75, para rateio com meia dúzia de órgãos de imprensa financiados para garantir a imagem de bom moço do prefeito.

O Sindicato Rural, cercado de filiados com atraentes contas bancárias, que financiam o funcionamento da entidade, também não ficou atrás. De 2009 a 2012, recebeu do prefeito a mixaria de R$ 900 mil. E fechando o grupo de alguns dos privilegiados nesta administração, vem a empresa Guimarães & Simão Comunicações, Eventos e Publicidade Ltda, que nada mais é do que a rapaziada festiva do Balada de Minas, que embolsou R$ 589.940,00. Desse montante, R$ 420.240,00 foram pagos somente no ano passado. O Baladas de Minas tem um programa semanal na TV e edita um jornal pirata com o mesmo nome. O devezenquandário, já que não tem periodicidade conhecida, publica matérias para quem tem deficiência de massa cinzenta, mas a garotada do Baladas agrada em cheio ao prefeito.

Para se ter uma ideia da encarniçada divisão de verbas feitas pelo tucano chefe do Executivo da cidade, no mesmo período, de 2009 a 2012, a Prefeitura repassou para a Acasp – Associação Comunitária para Assuntos de Segurança Pública, a miséria de R$ 5.200,00 e para o MUNDI – Movimento Negro Unificado de Divinópolis, foi destinada a merreca de R$ 10.243,00. Os dois exemplos são uma gota d´água no oceano de lama que encobre a vergonhosa farra com o dinheiro do divinopolitano promovida pela Prefeitura.

2013 – Esse ano, a situação mudou alguma coisa, já que a mina ameaça a secar. Com o desperdício nos quatro primeiros anos, o prefeito teve que colocar o pé no freio. Não foi uma freada assim tão brusca, mas a marcha na orgia foi reduzida. Até agora, são mais de R$ 60 milhões de débitos no ano, o orçamento estourou e há dívidas pipocando por todos os lados, restos a pagar, credores pressionando, mas isso não chega a intimidar o prefeito. Ele reduziu os gastos, mas mantém a generosidade com sua turma.