28/08/2013 15:47

Fabiano Tolentino supera Jaime Martins nos gastos com verba indenizatória

Auxílio moradia já consumiu mais de R$ 1,4 milhão

Deputados mineiros têm 14 salários ao ano

 

A exemplo do que acontece na Câmara dos Deputados, onde o parlamentar federal tem uma verba indenizatória anual de R$ 400 mil para gastos de toda espécie sem que haja controle da Casa, nas Assembleias Legislativas de todo país a situação não é diferente. Em Minas os deputados estaduais têm recursos para custeio da atividade parlamentar, a chamada verba indenizatória, de R$ 20 mil mensais, dinheiro que pode ser utilizado a gosto do parlamentar. Em tese, e só em tese, essa verba indenizatória deve ser aplicada para o exercício do mandato, porém, como não há controle, esse numerário se transformou em um infinito ralo de desperdício de recursos públicos.

Cada deputado estadual de Minas Gerais recebe como salário ao final de cada mês a importância de R$ 20.042,35. Incorporado ao salário, vem o auxílio moradia, de R$ 2.850,00. Com mais essa "contibuição", o salário real do parlamentar estadual mineiro é de R$ 22.892,35, ou 34 salários mínimos. Não bastasse isso, cada parlamentar mineiro ainda recebe anualmente mais dois salários, a título de “ajuda de custo”, ou seja, os deputados estaduais, na verdade, recebem 14 salários de 22.892,35 ao ano.

Para comprovar o abuso com o dinheiro dos impostos do contribuinte, de janeiro a julho desse ano, a Assembleia Legislativa já gastou R$ 1.420.078,50 somente com a chamada verba indenizatória. O auxílio-moradia, outra situação descabida para consumir dinheiro público, já consumiu no mesmo período R$ 1.124.850,00.

FABIANO TOLENTINO – O deputado estadual eleito por Divinópolis teve uma carreira meteórica na política. Em 2008, foi eleito vereador pelo PRTB, obtendo 5.155 votos, a maior votação já obtida para a Câmara Municipal de Divinópolis, recorde que dificilmente será batido nos próximos 15 anos. Embora o povo tenha lhe conferido de forma esmagadora o mandato na Câmara, Tolentino abandonou o mandato em 2010 para concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa. Foi eleito com 31.182 votos e, imediatamente, deixou o PRTB, filiou-se ao PSD e aliou-se aos tucanos.

De Janeiro a 28 de agosto desse ano, o deputado divinopolitano torrou R$ 142.376,07, da chamada verba indenizatória, superando inclusive o deputado federal Jaime Martins (PR), que em Brasília, utilizou R$ 128.261,85.

Enquanto os divinopolitanos que usam o transporte coletivo brigam por uma tarifa mais justa e honesta, conforme ficou demonstrado em junho quando milhares de pessoas foram às ruas da cidade em manifestações, Tolentino gastou neste período a bagatela de R$ 34.400,00 para alugar um bom carro e não ter problemas com superlotação de ônibus, espera demorada nos pontos, riscos de assaltos e, em nenhum momento, fez sequer um pronunciamento em favor do povo apoiando a reivindicação de uma tarifa mais decente no transporte coletivo de sua cidade natal. Além do aluguel do carro, Fabiano ainda consumiu R$ 17.821,06 em gasolina e mais R$ 31.860,00 em propaganda, para garantir sua imagem na mídia, especialmente local.

GUSTAVO PERRELA – Embora os gastos de Fabiano Tolentino sejam vergonhosos para um país como o Brasil, onde a grande maioria da população recebe menos de R$ 700,00 mensais, o deputado divinopolitano não é o maior gastador da Assembleia. O PAREDÃO traz outros dois exemplos. O primeiro é Gustavo Perrela (PDT), filho do ex-presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella. Reconhecido playboy de Belo Horizonte, Gustavo Perrela foi eleito para seu primeiro mandato, obtendo a espantosa votação de 82.864 votos. Seus gastos na Assembleia são estratosféricos, assim como foi sua votação. De janeiro a julho (ao contrário de Fabiano Tolentino, Perrella ainda não apresentou prestação de contas do mês de agosto) ele queimou R$ 135.451,17, sendo R$ 25.293,05 só em gasolina. Chama a atenção o gasto do filho de Zezé Perrella com serviços de consultoria e pesquisa, que em seis meses totalizaram R$ 30 mil. O que gera estranheza é que para este serviço, ele gastou R$ 5 mil todos os meses, como se fosse uma despesa fixa.

JOÃO LEITE – O ex-goleiro do Alético está no seu quinto mandato, obtendo na última eleição em 2010, a expressiva votação de 84.316 votos. O ar de bom moço e sua crença religiosa contrapõem com sua destreza em gastar dinheiro público. De janeiro a julho (também não fez prestação de contas em agosto) ele gastou do dinheiro do contribuinte o total de R$ 151.152,85. É outro que não precisa andar a pé e nem de ônibus, pois só em gasolina consumiu R$ 22.334.03.

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