01/11/2013 17:17

PAREDÃO - POLÍTICA

Em sessão tumultuada presidente da Câmara repete o velho estilo truculento


Seguranças da Câmara tentam expulsar cidadão José Onésimo da sessão a mando do presidente

A Câmara Municipal de Divinópolis viveu mais uma sessão tumultuada nesta quinta-feira (31/10) durante votação de Projeto de Lei do Executivo, para abertura de crédito especial de R$ 22.238.530,09. A matéria gerou longa discussão, porém acabou aprovada com os votos governistas de Edmar Rodrigues (PSD), Marcos Clementino (PROS), Eduardo Print Júnior (SDD), Nilmar Eustáquio (PP), Edimar Máximo (PHS), Rodrigo Kaboja (PSL) e José Wilson Piriquito (PSD).

Caso o governo do prefeito Vladimir Azevedo (PSDB) fosse transparente, o que definitivamente não é, não haveria necessidade de se armar o circo que foi montado para a aprovação do Projeto. O prefeito mandou à Câmara uma tropa de elite para convencer os vereadores da necessidade de aprovação do projeto, comandada pelo Secretário de Governo, Antônio Faraco, acompanhado  da contadora Geneci Martins, da procuradora-geral, Taciana Alcantara de Carvalho e da Diretora de Orçamento, Sybele Silva Machado .  

Os créditos especiais solicitados pelo Executivo se destinam a financiar programas novos, que não possuem dotação específica no orçamento em vigor. Isso quer dizer que é dinheiro não previsto e que o governo deve aplicar em programas novos, que também estão fora da previsão. Como não há transparência no atual governo, a aprovação da proposta gerou uma guerra entre vereadores, além de atiçar a ira de populares presentes à sessão da Câmara. Com a prefeitura falida, orçamento estourado, dívidas com credores e folha de pagamento acima do limite prudencial definido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, ninguém saberá onde esse crédito especial será aplicado. Como o governo não presta contas com clareza, certamente não passa de uma artimanha do Executivo para cobrir rombos e não para financiamentos de novos programas.

EXPULSÃO

Além da intensa discussão antes e durante a sessão, a reunião foi marcada mesmo por mais um ato de truculência do presidente da Câmara, Rodyson do Zé Milton (PSDB), que mandou a equipe de segurança da Câmara expulsar do recinto o cidadão José Onésimo, que protestava contra o teatro de marionetes que ocorria no plenário. Bem que os seguranças tentaram retirar o manifestante, mas ele manteve-se firme e não deixou o local, acompanhando a sessão até o fim.

A truculência do vereador é conhecida desde o mandato anterior. Além de truculento, o vereador também é mal educado no trato com funcionários da Casa, agressivo, e o mais grave, é preconceituoso.  Em 2008 ele foi condenado pela Justiça sob acusação de ter agredido sua ex-esposa. O fato ocorreu em 2007, em 2008, aconteceu a condenação e finalmente, em 2009, já eleito vereador e empossado no cargo, cumpriu a pena.

Em 2010, numa atitude que nenhum homem honrado teria coragem de tomar, o vereador agrediu verbalmente a então vereadora Heloisa Cerri (PV). O fato ocorreu no plenarinho e foi presenciado por diversos vereadores, entre eles Antônio Paduano, na época presidente d a Comissão de Ética. Além das agressões verbais, Rodyson mostrou seu lado preconceituoso, ao colocar em dúvida a sexualidade da vereadora de forma acintosa e agressiva. Os vários vereadores presentes fingiram-se de mortos diante de uma atitude tão grave. O caso foi parar na  Comissão de Ética, mas o conhecido corporativismo e a força do Poder Executivo, impediram que o vereador pagasse por atitude tão desprezível. Antônio Paduano ocupa hoje cargo comissionado no governo de Vladimir Azevedo.

Já em 2011, Rodyson do Zé Milton mostrou outra faceta. Mentiu em plenário, usando o nome do então bispo Diocesano, Dom Tarcísio Nascentes dos Santos. Durante discussão de um projeto de Lei de autoria do seu colega de partido, então vereador Beto Machado, que propunha a transformação do Santuário de Nossa Senhora Aparecida em polo turístico, na tentativa de obstruir a votação, Rodyson garantiu ter recebido pedido diretamente do bispo para que a matéria fosse retirada. Ao tomar conhecido da mentira do vereador em plenário, o bispo publicou nota fazendo o desmentido oficial, afirmando que jamais fez esse ou outro pedido que seja a qualquer vereador.

Entretanto, o papel que melhor desempenha é o de ajudante de ordens do prefeito Vladimir Azevedo. Rodyson não atua como presidente da Câmara e sim na defesa dos interesses do Executivo. Sua reeleição só foi possível graças a interferência do prefeito, que em ano eleitoral despejou dinheiro em asfalto e outras pequenas melhorias em suas bases eleitorais. O pagamento está vindo agora, com o vereador deixando de lado sua condição de presidente da Câmara para atuar em defesa do Executivo. 

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