23/08/2013 18:23

Prefeito torra mais de 63 milhões acima da receita nos primeiros sete meses do ano

O prefeito de Divinópolis Vladimir Azevedo (PSDB) vai enfrentar no final desse ano o mesmo problema verificado em 2012, com relação à vida financeira do município. No ano passado, Vladimir não conseguiu fechar as contas em razão dos gastos que superaram a receita da Prefeitura. Esse ano a situação pode piorar ainda mais. Com dívidas atrasadas, Vladimir já contabiliza um déficit na execução orçamentária acima de R$ 63 milhões. Essa é uma das explicações para os constante empréstimos solicitados pelo prefeito, já que no caixa da Prefeitura não há dinheiro para investimentos. E a administração precisa investir em serviços de urgência, como limpeza de ruas, pequenos reparos, entre outros. Daí a necessidade de empréstimos, pois só assim aparece algum dinheiro no caixa.

Somente no mês de julho, a prefeitura ficou com um déficit acima de R$ 34 milhões. O município arrecadou R$ 31.983.489,74 e as despesas atingiram a R$ 76.775.182,82. Com essa discrepância entre receita e despesa, a prefeitura ficou no vermelho com um débito de R$ 34.591.693,13 no mês.

No ano, em sete meses, a situação é ainda muito pior. A receita  que entrou nos cofres do município de janeiro a julho chegou a R$ 194.674.793,45. Já as despesas atingiram a importância estratosférica de RR$ 258.061.885,77. Com esse enorme desnível, até agora a prefeitura já tem um déficit no ano em sua execução orçamentária de R$ 63.387.092,32, ou seja, é dívida que o prefeito não sabe de onde virá o dinheiro para ser quitada. A saída serão novos empréstimos que com certeza serão solicitados ao longo do ano. Essa atitude vai resolver o problema da atual gestão, porém  causará muita dor de cabeça para o prefeito que assumir  a prefeitura em 2017, pois os empréstimos contraídos até  agora não serão pagos por Vladimir Azevedo. Não se pode esquecer que no fim do seu governo em 2007, o ex-prefeito Demetrius Pereira (PT) deixou a Prefeitura com o caixa bastante recheado com cerca de R$ 30 milhões.

Com a máquina administrativa inchada  em cargos de confiança onde estão plantados os cabos eleitorais do prefeito e do deputado federal Domingos Sávio (PSDB), só com a folha de pagamento a prefeitura já desembolsou esse ano R$ 97.986.484,29. Já para quitar juros, encargos e amortização da dívida contraída com os empréstimos, o município desembolsou R$ 9.165.303,18

CALOTE NOS SERVIDORES

A situação com os servidores municipais, embora estejam com o salário em dia, não é das melhores. O prefeito paga o salário, mas dá o calote nas contribuições patronais. O Sintram – Sindicato dos Trabalhadores Municipais publicou nota em uma rede social, na qual confirma que a prefeitura não recolhe a contribuição patronal ao Instituto de Previdência dos Servidores (Diviprev)  desde junho. O Instituto confirmou ao Sintram que o prefeito recolheu somente a parte descontada do contracheque dos servidores, ficando  60% do valor, de responsabilidade do município, em débito com o Diviprev.

Em reunião com a diretoria do Sintram, o presidente do Conselho Fiscal do Diviprev, Cristiano Gomes confirmou o calote. “A prefeitura repassa ao Diviprev o valor que é descontado na folha de pagamento do servidor e tem a responsabilidade de pagar o valor da classe patronal. O pagamento do valor de responsabilidade da prefeitura não aconteceu como deveria e o Conselho Fiscal, durante a sua reunião mensal para análise das contas do Instituto, observou essa diferença”, contou Cristiano Gomes. Ele confirmou, ainda, que esta não é a primeira vez que prefeitura deixa de cumprir suas obrigações patronais. 

—————

Voltar