Audiência Pública para discutir situação do São João de Deus termina sem nenhuma resolução
Hospital funciona com apenas 70% de sua capacidade e perdeu a credibilidade com fornecedores e instituições financeiras
Audiência Pública não apontou nenhuma soljução para crise do Hospital São João de Deus
(Foto: Geovane Corrêa)
A Câmara Municipal de Divinópolis realizou na noite desta segunda-feira, 30 de setembro, Audiência Pública para discutir a crise financeira que assola o Hospital São João de Deus, envolvido em um rombo de R$ 84 milhões. O principal objetivo era a busca de soluções e medidas para garantir o funcionamento da instituição.
Embora sem nenhum resultado prático a audiência foi o primeiro grande encontro de autoridades, cidadãos e movimentos populares. Sem nenhuma decisão concreta, a audiência apenas reafirmou o que já havia sido anunciado anteriormente a respeito da situação do São João de Deus, prestes a suspender totalmente o atendimento à população diante da crise financeira provocada pelo rombo, cuja origem não foi discutida.
Além de grande presença da população, que mais uma vez demonstrou sua preocupação com a crise, também participaram representantes da Comissão de Justiça da Câmara, autora do pedido de audiência; promotor Ubiratan Domingues, do Ministério Público; Secretário Municipal de Saúde, Dárcio Abud Lemos; consultor da empresa Ditctum, interventora administrativa do Hospital, Geraldo Couto; superintendente hospitalar, Afrânio Emílio; professor Léo Santos, representante do Fórum Pró-São João; entre outras autoridades, incluindo os deputados federal Domingos Sávio (PSDB) e estadual Fabiano Tolentino (PSD)
Em explanação feita pelos gestores do hospital na abertura da audiência, veio a notícia que todos temiam: o fechamento do hospital para atendimento à população ainda não está descartado, pois a instituição não está conseguindo manter as despesas e administrar o rombo financeiro. O superintendente do Hospital, Afrânio Emílio, informou que o hospital não vem mantendo o atendimento como ocorria anteriormente, funcionando com apenas 70% de sua capacidade, e acrescentou que a instituição não tem mais credibilidade junto a fornecedores e instituições financeiras.
O consultor da empresa interventora, Geraldo Couto, usando uma analogia hospitalar, afirmou que é preciso “estancar os sangramentos” do Hospital para dar continuidade à assistência, garantindo o fornecimento de materiais básicos. A meta da empresa para os primeiros 30 dias de intervenção é dar equilíbrio econômico e financeiro, possibilitando que os 11 leitos da UTI acolham os pacientes. De acordo com o consultor as prioridades são a neurologia, politraumatismos, casos cardíacos e pacientes internados. A empresa está recebendo R$ 80 milhões, sendo 50% custeados pelo Governo de Minas e 50% pelo próprio hospital, para que tente corrigir as falhas e melhorar o funcionamento da unidade.
Estranhamente, numa situação de emergência por ele mesmo decretado e que coloca em risco todo o sistema de saúde do município, o prefeito Vladimir Azevedo (PSDB) não compareceu.
A audiência terminou sem indicar nenhum caminho concreto que possa evitar a falência do hospital. A única decisão concreta foi a definição de novas reuniões para garantir a transparência do projeto e garantir suporte para as mudanças necessárias para que o atendimento à população não seja interrompido.
Com informações da Câmara Municipal
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