Partidos e candidatos em Divinópolis sempre cometeram excessos e irregularidades nas propagandas de campanha
Arquivo Paredão/2010 |
Na campanha eleitoral de 2010, calçadas das ruas centrais ficaram entupidas de cavaletes e placas |
Em Divinópolis, numa grande jogada de marketing político, partidos se uniram nas duas últimas eleições, firmando compromisso junto ao Ministério Público Eleitoral para que os muros fossem preservados das propagandas de campanha. Entretanto, essa iniciativa escamoteava os abusos cometidos em outros pontos da cidade, com a colocação de placas, cavaletes e bonecos em locais públicos, dificultando a locomoção de pedestres e poluindo visualmente tanto quanto as pinturas no muro. Abusos mais graves, como a propaganda sonora com volume muito acima do permitido, jamais entraram na pauta dos partidos, receosos de perderem fôlego em suas campanhas.
Em 2010, faltando apenas quatro dias para as eleições, a Justiça Eleitoral realizou uma tardia ação no bairro Bom Pastor, ocasião em que dezenas de placas e cavaletes foram apreendidos. Ninguém foi punido e a ação foi tardia, pois o objetivo da propaganda já havia sido alcançado pelos candidatos. A ação ocorreu no dia 29 de setembro e teve o apoio de policiais federais com um veículo, além de um carro da Fiscalização Estadual. Foram retirados cavaletes que estavam localizados ao longo de calçadas e esquinas, dificultando o trânsito de pedestres. A maioria dos cavaletes retirados pertencia à campanha do candidato a deputado estadual Francisco Martins (PDT).
O eleitor divinopolitano comemorou o acordo feito pelos candidatos a deputado federal, Jaime Martins (PR) e Domingos Sávio (PSDB), que logo no início da campanha decidiram não utilizar os muros da cidade para propaganda política. A ideia foi copiada pelos candidatos a deputado estadual. Pouco tempo depois do acordo, com o acirramento da campanha e a entrada de candidatos de outros municípios, a situação mudou. Ficou patente que a preservação dos muros foi apenas busca de holofotes. H, o divinopolitano não consegue andar um quarteirão em toda a região central, sem se ver tropeçando em placas e cavaletes, a maioria absoluta colocada em locais irregulares.
Além das placas e cavaletes, a propaganda sonora também sempre foi abusiva na cidade. O volume determinado por lei nunca foi respeitado e ocorrem até congestionamento de carros com a chamada publicidade volante. Pior ainda são os jingles, em sua maioria de péssimo gosto. Nos bairros o desrespeito é maior ainda. Para aproveitar a passagem dos veículos pelas regiões periféricas e as mais afastadas da área central, o volume é triplicado, podendo ser ouvido a uma grande distância, tornando ainda mais estridente e irritante.
Com as novas regras aprovadas pelo Congresso Nacional, é possível que a situação seja diferente na próxima campanha que ocorrerá no ano que vem. Espera-se também atitude menos complacente da Justiça Eleitoral na cidade, que sempre tolerou os abusos e os excessos cometidos.
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